segunda-feira, 26 de julho de 2010

LANÇAMENTOS SEMANA: 26/07/2010




Depois de mais de uma década de espera, finalmente os fãs de jogos de estratégia em tempo real e ficção científica vão poder acompanhar em "StarCraft II: Wings of Liberty", a continuação da aclamada franquia da produtora Blizzard.

O jogo marca o início da atuação oficial da empresa no Brasil, chegando assim em versão totalmente localizada para o português brasileiro, incluindo legendas e dublagens.

O pacote básico do game custa R$ 49 e concede seis meses de jogo, tanto na campanha para um jogador como no modo multiplayer online. Após esse período será necessário adquirir assinaturas extras. Pacotes adicionais de 30 dias têm previsão de custar R$ 10, enquanto um desbloqueio definitivo sai pelo preço "esperado" de R$ 69.

Quem preferir logo de cara adquirir uma versão ilimitada pode efetuar compra via download, em versão que custa cerca de R$ 105. A edição de colecionador, com distribuição limitada, também oferece jogatina sem limite assim como uma série de itens extras - incluindo a primeira versão de "StarCraft" e sua expansão - e sai por cerca de R$ 500.

Outro importante destaque da semana é o jogo "Clash of Titans", baseado no filme "Fúria de Titãs", que conta a história do guerreiro Perseu e sua batalha contra diversas criaturas mitológicas. O título segue a cartilha de "God of War" e oferece muita ação com visual 3D em violentos combates contra monstros.

Veja a lista dos jogos que serão lançados nos EUA nos próximos dias:

DS
. Samantha Swift and the Hidden Roses of Athena
. Galaxy Racers
. TrackMania

Wii
. Chuck E Cheese's: Party Games
. Arc Rise Fantasia
. TrackMania

PC
. StarCraft II: Wings of Liberty

PlayStation 3
. Clash of the Titans
. BlazBlue: Continuum Shift

Xbox 360
. Clash of the Titans
. BlazBlue: Continuum Shift

quinta-feira, 22 de julho de 2010

segunda-feira, 19 de julho de 2010

LANÇAMENTOS SEMANA: 19/07/2010





Em uma semana com apenas três lançamentos, os games de corrida da série "TrackMania" são os principais destaques, com sua estréia no Wii e a chegada do segundo título da série ao portátil DS.

"TrackMania" foi lançado pela produtora francesa Nadeo em 2003 e se tornou muito popular nos computadores, que receberam vários títulos, entre eles o gratuito "TrackMania United Forever". 

Agora a série chega ao Wii e traz vários modos de jogo, inclusive modos multiplayer online ou em tela dividida para até quatro jogadores. O game tem mais de 200 pistas e também um editor que permite a criação de novos circuitos, marca registrada de "TrackMania".

Outro game da série chega às lojas essa semana, mas para o DS. Trata-se de "TrackMania Turbo" que conta com opções de jogo online, em rede local e até mesmo para vários jogadores em um mesmo portátil.

Veja a lista dos jogos que serão lançados nos EUA nos próximos dias:

DS
. Samantha Swift and the Hidden Roses of Athena
. TrackMania Turbo

Wii
. TrackMania Wii

segunda-feira, 12 de julho de 2010

LANÇAMENTOS SEMANA: 12/07/2010


A semana é marcada pela estreia ocidental de um dos jogos mais esperados do Nintendo DS: o RPG "Dragon Quest IX". Quando o game foi anunciado para o portátil a surpresa foi grande por se tratar do primeiro episódio principal da franquia a ser lançado para um videogame portátil.




Não apenas isso, o título mudou o foco da experiência de aventura épica solitária para algo cooperativo e com aspectos online, buscando inspiração em MMOs, por exemplo.



O resultado foi um sucesso estrondoso no Japão - o cartucho já vendeu mais de 4 milhões de cópias por lá - e agora, cerca de um ano depois, a experiência chega aos EUA.



O arrasa-quarteirões da Square Enix praticamente reina sozinho durante a semana: o único outro título de certo destaque no período é o "NCAA Football 11", para PS3 e Xbox 360, que traz a atual temporada de futebol americano universitário aos videogames.



Confira a lista completa dos jogos que serão lançados nos EUA nos próximos dias:



PC

. Disciples III: Renaissance



DS

. Cats & Dogs: The Revenge of Kitty Galore

. Chuck E Cheese's: Party Games

. Dragon Quest IX: Sentinels of the Starry Sky

. Junior Classic Books and Fairytales

. Hidden Objects: Mystery Stories

. Paws & Claws: Regal Resort

. Sorcerer's Apprentice



PlayStation 2

. NCAA Football 11



PlayStation 3

. Little League World Series Baseball 2010

. NCAA Football 11



Xbox 360

. Little League World Series Baseball 2010

. NCAA Football 11

segunda-feira, 5 de julho de 2010

LANÇAMENTOS SEMANA: 05/07/2010



Em uma semana com poucas novidades, o principal lançamento é "Crackdown 2", título exclusivo para o Xbox 360 que promete muitas horas de ação em um grande mundo aberto futurista, onde policiais e bandidos se enfrentam com super poderes e armas laser.

"Crackdown 2" se destaca pela opção de jogar em modo cooperativo com um amigo, pela liberdade para explorar a cidade livremente e pelos gráficos em estilo cell-shading, técnica que deixa o game com aparência similar aos desenhos animados.

Os usuários do Wii contam com três novos jogos, entre eles "Tournament of Legends", game de luta de gladiadores ambientado na Roma antiga e dos mesmos produtores do jogo de tiro "The Conduit". No PSP, o destaque é o RPG "Shin Megani Tensei: Persona 3 Portable", versão portátil de um grande sucesso do PlayStation 2, que coloca um grupo de estudantes colegiais japoneses para caçar demônios e espíritos malignos.

Para PC, a novidade é "Sniper: Ghost Warrior", game de tiro em que a furtividade é tão importante quanto a precisão na hora de eliminar os inimigos. Por fim, as plataformas Wii, DS, PSP e PlayStation 2 recebem "Despicable Me: The Game", jogo baseado no longa-metragem de animação conhecido no Brasil como "Meu Malvado Favorito".

Confira a lista completa dos jogos que serão lançados nos EUA nos próximos dias:

PC
. Sniper: Ghost Warrior

DS
. Despicable Me: The Game
. Just Sing! with Microphone

PlayStation 2
. Despicable Me: The Game

PSP
. Despicable Me: The Game
. Shin Megani Tensei: Persona 3 Portable

Wii
. Big Beach Sports 2
. Despicable Me: The Game
. Tournament of Legends

Xbox 360
. Crackdown 2

sábado, 3 de julho de 2010

ANALISE: Transformers: War For Cybertron PS3 XBOX360 PC



Se há uma tribo tão fanática no ramo da ficção científica quanto os fãs de ''Star Trek'' e ''Star Wars'', é a composta por fãs da série ''Transformers'', sucesso da Hasbro. O desenho animado, super popular nos anos 80, arrebatou uma legião de fãs em todo o mundo ao introduzir uma aventura repleta de ação e o melhor, acompanhando simultaneamente o lançamento de brinquedos inspirados nos personagens, o sonho de consumo de toda criança da época. Quem viveu sua infância neste período estará mentindo se disser que nunca encheu os olhos com aquelas máquinas ''iradas'' que se transformavam em robôs com um manuseio rápido. Este era exatamente o mote de ''Transformers'': uma série feita para fazer dinheiro, seja vendendo brinquedos – seu ponto principal – ou arrecadar com merchandising relacionado.

Prova disso é a enooooooo(...)ooooorme quantidade de produtos ligados à marca que vemos no mercado, desde outros desenhos (adorávamos ''Beast Wars''), brinquedos, passando por acessórios infantis e até mesmo filmes live action, sucessos recentes no cinema. É claro que os videogames não iriam ficar de fora deste filão, o que gerou diversos jogos dos ''robôs disfarçados'', alguns não muito bons, outros bem divertidos, variando com a época e a produtora de cada título. Apesar de dois games apenas regulares lançados recentemente – pegando carona nos filmes – a produtora High Moon Studios resolveu dar um passo a frente a levar ao mercado um game relacionado a ''Transformers'' com uma certa qualidade.

Com uma história nos games que remete aos tempos do Commodore 64, quando o primeiro jogo foi lançado. No início, os games eram baseados na primeira geração dos personagens, chamada de ''G1'', a mais querida até hoje. Com o tempo, outras gerações dos robôs estrearam nos games, como ''Beast Wars'' e ''Armada'', mas que agradaram apenas aos fãs mais afoitos, até com certa dificuldade. Até hoje, faltava um título que traduzisse com fidelidade o que são figuras como Optimus Prime e Megatron, ícones da cultura pop dos desenhos animados. É isso que Transformers: War For Cybertron é. Um verdadeiro game dos personagens com um nível de qualidade nunca antes visto na franquia. Arriscamos dizer, sem medo algum, que este é o melhor game da marca, por diversos motivos, mas vamos começar por um dos principais: seu enredo.

''War for Cybertron'' optou por um caminho arriscado. Aqui os Transformers não estão na Terra e muitos deles sequer se conhecem ainda. Antes de tudo, o game é uma história sobre a origem de seus personagens, facções, laços de amizade, lealdade e conflitos que perdurariam por eras e mais eras. A grande sacada aqui é saber como começou a amizade entre Optimus e Bumblebee, dos Autobots, e a rivalidade recheada de traições entre Megatron e o desprezível Starscream, pelo lado dos Decepticons. Além disso, conheceremos também como Optimus passou a integrar a linhagem dos ''Prime'' e a fatídica guerra em Cybertron que levou as máquinas a migrarem para a Terra, todos os elementos bastante conhecidos da mitologia da série. Para os fãs, vai ser muito legal ver tudo isso na telinha da TV na medida que jogam, enquanto para aqueles que não conhecem muito da série, aprenderão sobre sua história em um tipo de ''versão definitiva''.

Tal enredo é levemente inspirado nos quadrinhos ''Transformers: War Within'', elogiada série lançada nos Estados Unidos pela editora Dreamwave Productions e escrito pelo renomado roteirista Simon Furman, bem conhecido pelos fãs da série, por ter escrito diversos gibis relacionados. Desta forma, a saga conta basicamente o que houve em Cybertron antes do êxodo para a Terra. Aqui, além das origens, vemos como as duas facções – Autobots e Decepticons – entraram em conflito, enquanto seus respectivos líderes – Optimus e Megatron – se erguiam entre os demais. É louvável que um game com robôs falantes tenha uma história que não chega a ser profunda, mas agrade bastante por sua consistência, combinada com as cenas de ação cinematográfica. Mas, o que seria de ''War for Cybertron'' com esta bela história se tivesse uma jogabilidade digna de um jogo desprezível? Felizmente, a jogabilidade é outro ponto que merece elogios.

Neste ponto, ''War for Cybertron'' lembra títulos que nada tem a ver com Transformers, como os games da série ''Call of Duty''. Aqui a coisa é altamente inspirada em jogos de tiro em primeira e terceira pessoa, com sistema de armas característico de consoles (duas armas no máximo, algo introduzido em ''Halo''), miras de precisão, todo o esquema de botões de recarregamento de munição e atirar pelo gatilho, entre outras coisas. Claro, tudo adaptado ao universo dos personagens, pois há comandos únicos à série, como o clique do analógico, que transforma o robô em um veículo. O único ponto negativo vai para a confusão inicial que alguns jogadores fatalmente irão enfrentar, graças a ausência de um sistema obrigatório de tutorial. É possível conferir dicas dos comandos pelo menu de pausa, mas uma explicação obrigatória e rápida não seria de todo o mal e evitaria algumas dificuldades chatas.

A jogabilidade com os personagens na forma robô é extremamente frenética, totalmente em terceira pessoa. Eles se movimentam de forma ágil e rápida, com uma leveza estranhamento natural, vinda de robôs com metros de altura. Não é lá muito realista, mas novamente: quem quer realismo em um jogo com robôs falantes? Contanto que a jogabilidade seja boa, realismo aqui é o de menos. Ainda nessa área irreal, a segunda instância desta mecânica está na forma de veículo. Seu personagem se transforma on the fly, ou seja, sem interromper suas ações enquanto realiza a transformação. Assim, a jogabilidade muda um pouco e se foca na dirigibilidade dos veículos, que até possuem armas para atirar nos inimigos, mas não são tão bons nisso. O foco mesmo está em fugas em alta velocidade e cruzar cenários rapidamente. Ah, vale notar que todos os robôs se transformam em veículos cybertronianos, pois ainda não conhecem a Terra, por isso não espere que Optimus vire um caminhão terrestre, por exemplo, ou que Bumblebee se transforme em um fusquinha.

Outro ponto de tirar o chapéu em ''War for Cybertron'' está no seu modo multiplayer, que suga elementos de games consagrados, como ''Modern Warfare'' e ''Gears of War''. Aliás, esta era a promessa original da produtora High Moon aos fãs de Transformers, pegar elementos de franquias já estabelecidas e inserir neste universo de forma própria. Realmente isso é o que acontece, com modos competitivos e cooperativos bem balanceados e atraentes, principalmente o cooperativo. Nele é possível seguir a história com até outros dois amigos, já que sempre teremos três personagens em cada fase, mas até que de forma simples, já que funciona basicamente na base do jump in, ou seja, ''junte amigos e jogue, ponto final''.

Já os modos competitivos carregam a cereja do bolo, com modalidades diferentes e a possibilidade de configurar seu próprio transformer, com ranking, habilidades (os famosos perks) e outros detalhes como pintura e modelo. O destaque aqui vai, por exemplo, para o modo ''Horde'', parecido com o de ''Gears of War'', onde os personagens serão bombardeados por hordas de inimigos até que a energia esgote. Outro interessante sob este ponto de vista é o ''Power Struggle'', que é basicamente um ''Capture the Flag'' adaptado ao mundo dos robozões. Os jogadores também podem escolher entre algumas classes, como ''Leader'', ''Soldier'', Scientist'' e ''Scout'', cada um com suas habilidades próprias. Não é a tão que os nomes lembrem outro game de tiro – ''Team Fortress 2'' – já que suas características também são bem parecidas. Pela classe escolhida o jogador determinará também o tipo de veículo de seu robô: cientistas são jatos, enquanto soldados são tanques e por aí vai. Ao final de cada batalha todos ganham pontos de experiência, utilizados posteriormente para destrancar ou melhorar armas.

Além dos problemas já citados anteriormente – a confusão inicial pela falta de um tutorial – ''War for Cybertron'' não é um game perfeito por outros pequenos percalços. O multiplayer, apesar de atraente, pode ficar repetitivo com o tempo, já que suporta apenas 10 jogadores (5 para cada lado em partidas de equipe) e conta com pouco mapas, a maioria deles parecidos uns com os outros. Outro problema que pode incomodar é a campanha curta, que apresenta apenas cinco capítulos para cada facção (total de 10 capítulos). Apesar dos estágios serem grandes, a campanha pode terminar bem rápido para os jogadores mais habilidosos.

Os gráficos também não são de ponta, mas não comprometem. Como Cybertron é um planeta em ruínas, repleto de metal retorcido para lá e para cá, fica aí uma bela desculpa para a produtora se preocupar pouco com modelagem dos cenários, e é realmente isso o que acontece quando nos deparamos com as diversas texturas em baixa resolução espalhadas por aí. Os transformers, por outro lado, estão todos bem bonitos, tanto na forma de veículo quanto na forma de robô. A crítica fica apenas para os efeitos em geral, dos cenários ás particulas de tiros e explosões. Apesar de tudo, a ''freneticidade'' do jogo dificilmente te deixará prestar atenção nestes detalhes.

A música não é lá muito inspirada, com melodias contínuas ao longo das gigantescas fases, mas é na dublagem que mora a qualidade. Apesar de todos os personagens estarem bem dublados, nada se compara com a voz de Peter Cullen, dublador oficial de Optimus Prime que reprisa seu papel por aqui, de forma inigualável. Cullen é conhecido pela voz de Prime em praticamente todos os desenhos animados e jogos de videogame dos Transformers, isso sem falar nos filmes de Michael Bay. Qualquer fã da série vai ter espasmos de alegria quando ouvir durante o game a célebre frase ''Autobots, rollout!'' proferida por Optimus com o mesmo tom imponente que estamos acostumados. Uma pena que não pudemos contar com a mesma qualidade pelo lado dos Decepticons. Frank Welker, a eterna voz de Megatron, não participa deste game, infelizmente.

No final das contas, o saldo é positivo. ''Transformers: War for Cybertron'' é verdadeiramente o melhor game da franquia dos robôs da Hasbro. A produtora High Moon Studios caprichou e entregou aos fãs um pacote completo. Boa jogabilidade não bota tudo a perder e faz valer algumas horas de diversão. A história também não fica para trás, com pontos interessantes e relevantes para a mitologia da série. Para os fãs, é bom ver como começaram amizades e conflitos entre os personagens, bem como outras origens. Para aqueles que não acompanham, fica a ótima oportunidade de conhecer a saga. Apesar de curta, a campanha não decepciona, mas há ainda o modo multiplayer com opções variadas de jogo e a possibilidade de customizar seu próprio transformer, pegando elementos de outros games consagrados.

ANALISE: TOY STORY 3 WII



Certas empresas estão muito interessadas em nossa felicidade. Sim, acredite, algumas são muito preocupadas com a satisfação de seus consumidores, não só para venderem seus produtos em grande quantidade, mas também para agregar certo valor à obra. Não valor monetário, mas sim no sentido de qualidade. Mas não pense que estamos falando de alguma empresa de videogame. Pois é, apesar do FinalBoss ser um site de jogos, estamos nos referindo à Pixar, lendária produtora de animações, responsável por alguns dos desenhos animados feitos para o cinema mais singelos e únicos que o mundo já conheceu. Por isso, acredite quando falamos que há produtoras preocupadas com a felicidade proporcionada por seus produtos.

Tanto o primeiro quanto o segundo ''Toy Story'' são filmes que marcaram época. O primeiro por ter sido o primeiro longa-metragem oficial de animação da Pixar e sua continuação por ter firmado o legado da companhia no mundo dos cinemas, abrindo as portas para outras belas produções, como ''Procurando Nemo'', ''Os Incríveis'' e ''Wall-E''. Ainda que existam filmes mais fracos vindos da Pixar, você percebe em todos eles certo nível de qualidade que não é visto em nenhum outro lugar neste gênero. É um esmero que indica aquela alta preocupação com o conteúdo, em passar uma boa mensagem.

Felizmente, este cuidado também foi visto nos games. ''Toy Story'' foi uma série que teve até alguns jogos bacanas, como o primeiro para Super Nintendo e Mega Drive. Os seguintes não fizeram o mesmo sucesso, mas também não desrespeitaram a série. Com a chegada de Toy Story 3: The Video Game – o filme – aos cinemas, era a oportunidade perfeita dos personagens retornarem ao game, após terem ainda uma passagem rápida pelo Wii com um jogo no estilo party, lançado em 2009. Podemos dizer que Toy Story 3: The Video Game agrada em alguns sentidos, mas o principal deles é a subdivisão que fizeram no jogo.

Produzido pela Avalanche Software, o título foi dividido em dois gêneros. O primeiro segue a história do filme e pode ser considerado um misto de ação com aventura, enquanto o segundo é uma bela surpresa chamada de ''Toy Box''. Qualquer semelhança com o termo sandbox não é mera coincidência. A intenção da companhia aqui foi de fazer um game direcionado às crianças com as mesmas características de um game adulto, como GTA. E é justamente assim que funciona. Nesta modalidade, que você tem acesso logo no início do game, é possível jogar uma espécie de Grand Thef Auto: Toy Story. O jogador tem acesso a uma cidade - em um Velho-Oeste de brinquedo – onde poderá realizar missões para seus moradores, brinquedos que variam entre os ETs chamados de homenzinhos verdes ao porquinho Hamm.

As missões variam de acordo com o tipo do personagem. As tarefas mais simples envolvem encontrar roupas para os brinquedos menores (um tipo de mini-Lego), mas também há desafios mais elaborados, como provas de corrida ou missões de plataforma, onde o jogador deverá alcançar algum item aparentemente fora de alcance. É interessante como os produtores inseriram este conceito no game, realmente criando uma versão amigável e infantil de jogos sandbox, mas sem parecer bobo. O resultado deste esforço é que adultos podem jogar sem nenhum tipo de problema, pois o conceito é atraente e a jogabilidade funciona muito bem com o Wii Remote. Nossa única reclamação vai para algumas partes onde é necessário usar a mira do ponteiro do joystick, que acaba não sendo tão preciso e atrapalha.

Obviamente, o modo ''Toy Box'' não viria sem nenhum tipo de extra. Aqui o jogador desbloqueará muitos itens, roupas especiais para os moradores da cidade de brinquedo e outros colecionáveis, como rascunhos da série Toy Story e outras raridades. O mais interessante é a possibilidade de evoluir esta cidade, construindo novos prédios e até decorando-os de forma temática. Você poderá pintar todos os edifícios com um tema futurista, por exemplo, ou até mesmo decorar tudo com alguns filmes da Pixar, como Procurando Nemo. Outro elogio vai para o tamanho desta cidade, bem grande para os padrões do game, com túneis interligando suas sessões mais separadas e portas destraváveis que te levam a outros lugares, como a torre do vilão Zurg.

Confessamos que depois de ficarmos grudados algumas horas no modo ''Toy Box'' até desanimamos um pouco de sair de lá e ir testar o modo de história. O título já seria muito bom se tivesse apenas o gênero de mundo aberto, mas por que não termos mais conteúdo em um mesmo pacote, certo? Tudo bem, é louvável que a produtora aumente as opções, ainda mais sem a ganância que atinge o mundo dos games hoje em dia. Não seria nada anormal se alguma produtora resolvesse dividir o game em dois e vender os dois modos separadamente. Felizmente isso não ocorreu, mas a campanha acaba sendo bem mais fraca que o fator sandbox.

O ponto alto do modo campanha é ter a possibilidade de jogar cooperativamente com até dois amigos, cada um controlando um personagem entre Buzz Lightyear, Woody ou a cowgirl Jessie. Jogar com amigos neste modo é realmente divertido, mas sozinho acaba ficando um pouco enfadonho. Os três personagens sempre estão em cena, e muitas das vezes será preciso utilizá-los em conjunto para ultrapassar obstáculos ou subir em plataformas mais altas. Buzz pode arremessar seus amigos, enquanto Jessie pula mais alto em objetos pela parede e Woody utiliza seu laço para subir outro locais. Funciona, mas funciona melhor com amigos.

A campanha em si não é tão interessante, nem bem contada. Sabemos que ela segue o filme, mas bem de longe, mostrando apenas alguns pontos em comum. Os personagens viajam por um tabuleiro de missões muito genéricas para cada fase e geralmente se variam entre ''chegue do ponto A ao ponto B''. Apenas alguns cenários especiais são mais interessantes. Explicamos: determinados momentos te levarão a jogar histórias fictícias dos personagens, como uma aventura cinematográfica no Velho-Oeste com Woody ou um jogo de videogame de Buzz Lightyear, que culmina em um confronto contra Zurg. De qualquer forma, é possível desbloquear extras também na campanha, então você não jogará aqui à toa, sempre há uma recompensa.

Olhando por um ponto, graficamente Toy Story 3: The Video Game não faz tão feio no Wii, já que se trata de um game com bastante conteúdo e modos de jogo que demandam certo nível de atenção. Ainda assim, fica aquela pontinha de crítica para os gráficos, que realmente não estão nos melhores níveis do console da Nintendo. São muitas texturas em baixíssima resolução (inclusive nos personagens controlados pelo jogador) e nos vídeos mostrados entre missões. O som ao menos vem com a música ''You've Got a Friend in Me'' (''Amigo Estou Aqui''), o fofo tema da série nos cinemas desde o primeiro capítulo. A dublagem também utiliza as mesmas vozes dos personagens no cinema, já que o game teve supervisão de perto da própria Pixar e da Disney Interactive.

Seguindo de perto o mote do terceiro filme: ''se você pensar que cresceu o bastante para abandonar alguns jogos mais infantis'', experimente Toy Story 3: The Video Game. O título é realmente bem voltado para crianças, mas vem com bastante conteúdo e muitos extras destrancáveis, o que pode agradar aficionados por videogames de qualquer idade. O conceito de ''Toy Box'', adaptando o gênero sandbox para um mundo infantil, popular em jogos adultos, funciona de forma muito interessante por aqui, com diversas missões a serem realizadas. Temos ainda a inclusão de um modo campanha, ainda que um pouco desnecessário. Por fim, é sempre bom revermos ''amigos'' de longa data, como Woody e Buzz. Principalmente se você era bem jovem quando assistiu ao primeiro filme nos cinemas e acompanhou a carreira desta amada série ao longo dos anos. Toy Story 3: The Video Game é uma bela opção no Wii.

ANALISE: Lead and Gold: Gangs of the Wild West PS3


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A Lei do Oeste é cruel. Muitos filmes, grandes produções hollywoodianas, já nos mostraram isto. Quem nunca assistiu os clássicos de John Wayne ou de Clint Eastwood pode não saber o que esta afirmação representa. Na verdade, é até bastante clichê citar estes dois grandes atores, mas seus filmes representam a essência do que o Velho Oeste foi para a cultura norte-americana e servem de inspiração para muitos produtos lançados nos dias de hoje, como os videogames.

Representantes deste gênero é o que não faltam, como a recente série ''Call of Juarez'', o clássico ''Desperados'' e até mesmo títulos mais recentes, como ''Red Dead Revolver''. Felizmente, as produtoras continuam a reprisar este rico cenário em títulos inéditos e, de certa forma, originais, como a produtora Fatshark. Tudo bem que seu jogo, Lead and Gold: Gangs of the Wild West não chega a ser a coisa mais original do mundo, mas é bem competente no que se presta. O título é basicamente formado por seu multiplayer frenético e sanguinolento, que atrairá jogadores sedentos por partidas online.

A primeira impressão que se tem de ''Lead & Gold'' é uma pequena semelhança com ''Team Fortress 2'', título multiplayer da Valve. As semelhanças estão no sistema de classes utilizados pelos dois jogos, bem como o estilo um pouco cartunizado, além do design das fases, mas logo param por aí. Ao contrário de ''Team Fortress'', que é um FPS, este game possui a visão em terceira pessoa, com a tradicional câmera sob o ombro do personagem. Não que isto seja ruim, já que é um dos diferenciais de ''Lead & Gold''.

O game se passa por volta de 1800 e alguma coisa, no século XIX, época marcada pela ''corrida do ouro'' nos Estados Unidos. Claro que a época está meramente representada por aqui pela ambientação, já que não há qualquer pano de fundo para justificar algum tipo de enredo, o mote é trocar tiros com os adversários por domínio de terras e sacolas de dinheiro.

As partidas suportam até 10 jogadores, cinco para cada lado, uma quantidade relativamente baixa para os padrões multiplayer atuais. Veja, praticamente qualquer jogo com partidas online suporta, no mínimo, 16 personagens, então por que raios um game onde o multiplayer é o principal atrativo tem que ter uma quantidade tão baixa? Bem, não há uma justifica plausível dentro do game, mas talvez seja para equilibrar um pouco as coisas, já que a natureza da jogabilidade reside no esquema de classes e suas habilidades de sinergia.

''Lead & Gold'' possui quatro classes, cada uma com suas armas características, além de habilidades chamadas de ''synergies'' (sinergias em português). Pense nisto como uma espécie de aura, que concede bônus para aliados que estão próximos. Desta forma, o game praticamente pede para que os jogadores estejam sempre próximos, trabalhando em conjunto para atingir o objetivo. Provavelmente por isso é que não temos tantos personagens no campo de batalha, mas essa desculpa pode soar um pouco esfarrapada para alguns.

De qualquer forma, as sinergias são elementos bem interessantes. Como dissemos, há quatro classes: Blaster, que é um tipo de expert em demolição e armas pesadas; o Deputy, que é um atirador ''padrão'' e equilibrado para ataques distantes; o Gunslinger, especialista para tiros contínuos e ataques de média distância; e por fim a Trapper, um tipo de sniper que tem a habilidade de instalar armadilhas por todo o cenário.

Quando tais personagens se mantém juntos, eles podem compartilhar as sinergias, além de se curar mutuamente, por isso o trabalho em equipe é primordial. É interessante ver como diferentes poderes podem influenciar em todo o tipo. O Blaster, por exemplo, aumenta a defesa dos seus aliados, enquanto o Deputy aumenta o dano causado por suas armas. O Gunslinger dá um boost para a precisão dos tiros e, por fim, a Trapper faz com que seus amigos tenham mais chance de obter um dano crítico no inimigo. Há também a possibilidade de ''reviver'' um amigo caído, quando ele é abatido (mas não morto) pelos oponentes, algo parecido com o que é visto em títulos como ''Modern Warfare''. Nas armas este equilíbrio geral se repete e fica muito bem colocado, já que elas estão distribuídas de acordo com as classes, tudo muito bem colocado.

Os modos de jogos também são bem variados para um game por download, cada um apresentando um mapa diferente, com variação entre dia e noite. O ''Shootout'' é basicamente um ''Team Deathmatch'', onde os jogadores se separam em times de cinco para cada lado e as balas voam pelo cenário; ''Conquest'', como o nome sugere, se resume a conquistar pontos específicos do mapa em ordem; em ''Powder Keg'' é preciso destruir determinados objetos com um barril de pólvora, necessitando carregar o barril até o local escoltado no caminho; ''Gold Fever'' é uma das modalidades mais divertidas, já que nela você pode jogar com um amigo de forma cooperativa ou até mesmo sozinho, se protegendo de hordas de inimigos controlados pelo computador enquanto recolhe o máximo de sacolas de ouro que for possível, até a morte.

Completando os modos de jogo estão ''Robbery'', onde os dois times tem tarefas distintas: enquanto um protege um banco repleto de ouro, o outro grupo precisa invadir e explodir as defesas para roubar todo o conteúdo; ''Greed'' faz com que os jogadores recolham o máximo de sacos de ouro o possível em sua zona de respawn do time; por fim, ''Practice'' serve como o tutorial do jogo, onde você deverá começar suas partidas, seguindo tarefas mostradas pelo computador para que seja feita sua introdução na aventura. Todas as modalidades são bem criativas em relação à temática de Velho Oeste, com destaque para ''Robbery'' e a já declarada como empolgante ''Gold Fever''. Infelizmente não há uma campanha single player em si.

As coisas começam a complicar em ''Lead & Gold'' para quem vai jogar pela primeira vez ao chegar de ''para-quedas'' em uma partida em andamento. O game não é muito amigável para novatos – ou seja, todo mundo que vai compra-lo na PS Store – e acompanha uma HUD um tanto quanto confusa de início. Mas este é um problema que logo vai sendo contornado, já que os comandos são basicamente os mesmos de qualquer jogo de tiro em primeira ou terceira pessoa. O único problema real que encontramos na jogabilidade é o fato de não ser possível abaixar para aproveitar uma cobertura. Pois é, esqueça se esconder atrás de uma barreira, o negócio é atirar antes de ser abatido.

O sistema de experiência e ranking também é um pouco confuso, assim como o HUD do jogo para iniciantes. Você ganha experiência ao atirar e eliminar inimigos, subindo de nível com o tempo. Inicialmente você sobe de nível algumas vezes durante as partidas, parecendo até um tipo de bug, bem estranho, mas que na verdade é dividido por classes. Um pouco confuso, mas funcional também.

Os gráficos não apresentam nenhum trabalho de ponta, mas são bem competentes. Todos os modelos são apresentados em cores vivas e designs próprios característicos da época. O design geral é cuidadoso, com fases bem variadas e boas sacadas no quesito da física que envolve os personagens. Por exemplo, se ele tomar um tiro de raspão ou cair de mau jeito, poderá perder o chapéu, que vai logo cair no chão. Afinal, ele não é grudado na cabeça! O som, por outro lado, é bem decepcionante, com músicas que surgem do nada durante as fases e pouco tem a ver com o cenário.

''Lead & Gold: Gangs of the Wild West'' e um jogo legal se você não ligar para a ausência de um modo single player. Sendo um título totalmente voltado para o multiplayer, o conteúdo é até bem completo. São quatro classes muito equilibradas, totalmente caracterizadas de acordo com o Velho Oeste, contando com habilidades que fortalecem a expressão ''trabalho em equipe''. Além disso, seis mapas fazem a diversão em diferentes modos de jogo, com destaque para ''Gold Fever'' e ''Robbery''. Falta apenas uma polida no sistema de experiência/nível e no HUD, um tanto quanto confuso e muito carregado de informação para um game tão frenetico. Ainda que o preço possa afastar alguns (US$ 15), este título prova que o Oeste era mesmo feroz.

ANALISE: SINGULARITY PC PS3 XBOX360



A Raven Software não é uma companhia sem experiência em FPS. Embora seu nome ultimamente tenha sido associado a jogos de ação da Marvel (X-Men Origins: Wolverine, Marvel: Ultimate Alliance, etc.), a empresa foi responsável pela produção de vários jogos de tiro em primeira pessoa. Quake IV e a série Soldier of Fortune estão em seu portfólio, mas sua experiência no gênero vem dos anos 90, tendo ela produzido HeXen e seu sucessor espiritual, Heretic. E a companhia, depois de concluir o recente Wolfenstein, decidiu voltar com mais uma aposta para o gênero, um jogo que dessa forma não faz ao seu título, mas consegue dar uma refrescada nessa tão visitada categoria.

Singularity quer dizer "singularidade", "particular", uma característica que só pertence a este alguém, uma "peculiaridade". É curioso, pois o título quase nada tem de particular. Ele é uma autêntica sopa Lavoisier, pegando emprestado dezenas de ideias vistas em jogos de sucesso recente e até na TV. Mas o importante, e cremos que vocês vão concordar, é que as peças se encaixam, a fórmula funciona, e o jogo acaba entretendo de formas distintas, e é isso que realmente nos interessa.

Para começar, a trama é bastante curiosa. Depois de um satélite descobrir atividades radioativas em uma ilha russa isolada, você, na pele de um soldado de uma força-tarefa, é enviado para descobrir o que se passa no local. Embora as informações dão conta de que não há vida, você, obviamente, vai descobrir da pior maneira o quão erradas estavam as leituras. Os dois helicópteros enviados são atingidos por uma descarga, e apenas você e mais um acabam sobrevivendo à queda.

O jogo se passa na ilha de Katorga-12, um local onde, após a Segunda Guerra Mundial, se tornou palco de experimentos científicos com um recente metal descoberto, parecido, porém muito mais poderoso que o plutônio. O intuito de Stalin, então governante da U.R.S.S., era de usar o E-99 (elemento 99) para fortalecer seu poderio militar, e enfrentar a ameaça americana. No entanto, uma grande explosão na Singularity, a torre principal, acabou matando quase todos que viviam na ilha, civis ou não, e muitos dos sobreviventes acabaram virando criaturas mutantes batizadas Zeks.

Pode-se dizer que Singularity possui etapas distintas. Na primeira parte, quando estamos conhecendo o ambiente e estamos desarmados, o jogo se mostra um survival horror, usando e abusando de sustos gratuitos, a maioria absoluta ligada a sons como sussurros, crianças jogando bola, objetos se quebrando do nada. Até que os Zeks apareçam realmente, serão muitos minutos de pura tensão. E mesmo depois de achar sua primeira pistola e conhecer essas criaturas horrendas, ainda ocorrerão muitos momentos de certo pânico.

Uma das principais descobertas sobre o E-99 é a possibilidade de se manipular o tempo. Por isso, em vários momentos, acontecerão flashbacks e o jogador assistirá a eventos que ocorrem na ilha há quase 60 anos, efeito colateral da explosão que devastou o local no passado. Um dos pontos chaves da trama é que em certos momentos e locais específicos, o jogador fará viagens no tempo, para a época em que o centro de pesquisas era funcional, e alguns atos aparentemente pequenos vão alterar o rumo da história. Logo no início do jogo, por exemplo, ao salvar um cientista que seria morto durante a explosão no laboratório, a história muda e o jogador, ao voltar para o presente, se depara com um fato inusitado: Demitrev, o homem salvo, se torna um tirano que dominou o mundo. Daqui para frente, caberá ao jogador desfazer isso. A trama é bem amarrada aos eventos do jogo, e tem lá seus agrados. Mas, ela merecia mais desdobramentos, visto que temos um conceito que dá margem para muitas variantes. Infelizmente o que temos é uma história totalmente linear, com o jogador sendo obrigado a seguir todos eventos na ordem que lhe são apresentados. Ao menos a narrativa é bacana e lembra um pouco o saudoso Half-Life 2, com NPCs (um cientista e uma garota mais nova que você) ajudando seu personagem a enfrentar os inimigos, aparecendo em vários pontos e oferecendo coordenadas para as próximas tarefas.

As criaturas em Singularity são zumbis mutantes que nada tem de bobos. Eles atacam ferozmente e rapidamente, usando movimentos na vertical e horizontal que os fazem sair facilmente da mira. Alguns deles possuem, inclusive, poderes temporais, sendo capazes de sumir e aparecer em outro ponto (como o Noturno dos X-Men) em uma fração de segundo - geralmente atrás de seu personagem, para seu completo desespero. Há outro tipo de criatura que é ainda mais forte, porém não enxerga, que só ataca se seu personagem fizer algum barulho. Coincidência ou não, nessa parte estávamos praticamente sem munição, e tivemos que "dançar conforme a música" e andar de fininho - realmente uma tensão só, principalmente por conta seus constantes grunhidos gratuitos. Há também inimigos menores, tipo insetos mutantes, e chefões. Há um número bom de chefões, incluindo um ser abissal que vez por outra aparece e causa algumas desgraças.

Para enfrentar esses seres, o jogador terá um arsenal limitado, porém potente contra as criaturas. O jogador começa com uma faca e, após aquele período de miséria, recebe uma pistola, a Centurion. Depois disso e em sequência, chegam duas armas: uma espingarda e um fuzil. O que essas armas têm de particular é que elas usam projéteis de E-99, a única coisa capaz de acabar com essas criaturas. Quando o jogador utilizar o rifle, terá uma habilidade que existe em outros jogos, mas que aqui possui uma explicação científica: "slow motion". Uma das últimas armas atira um projétil que explode ao impacto, mas é muito lento. É possível comprar munição e upgrades para as armas (usando itens encontrados no jogo) em máquinas específicas espalhadas pelo jogo.

Mas, o que Singularity tem de mais interessante, é o TMD (Time Manipulation Device), que garante habilidades relacionadas à manipulação do tempo, que fazem toda a diferença no jogo. Um disparo contra um adversário humano, por exemplo, e é possível fazê-lo envelhecer instantaneamente e vê-lo "voltar ao pó", literalmente. Mais para frente, será possível até mesmo converter um ser humano em um Zek, fazendo-o atacar os humanos próximos. Contra Zeks, os efeitos são variados. Alguns deles ficam incontroláveis, como os insetos, e atacam uns aos outros. Às vezes, o único efeito é deixá-los paralisados no tempo. Usar o TMD sempre que possível é crucial para economizar munição, que pode ficar escassa em alguns momentos mesmo no modo normal. Mais importante, esse tipo de variação é importante para dar uma renovada na gameplay.

Com o tempo, o TMD receberá upgrades e assim novas habilidades virão à tona. Em determinada parte será possível usar uma esfera azul que, ao ser jogada no chão, se expande e paralisa tudo o que estiver em seu campo, incluindo inimigos, que podem ser alvejados à vontade (igual à habilidade de Clank em R&C Future: A Crack in Time). Há também um disparo tipo uma onda que atordoa tudo que atinge. Mas, isso não é tudo; esse dispositivo tem outras funções dentro do jogo.

Sua habilidade de envelhecer e renovar funciona com objetos e é possível usá-la, por exemplo, para enferrujar ou demolir a cobertura usada por inimigos, usando a degradação natural pelo tempo. Ou restaurar as mesmas proteções e usá-las ao seu favor. Mais que isso: há puzzles envolvendo o envelhecimento de certas caixas metálicas que ficam menores, o que permite passar por frestas antes impossíveis. Aliás, isso faz uso de mais uma habilidade, outra herança de Half-Life 2: a telecinese. É possível erguer e atrair vários tipos de objetos, e arremessá-los ou simplesmente largá-los. Mover caixas para servir de apoio ou renová-las embaixo de uma porta para fazer aparecer uma passagem são algumas ações possíveis durante o jogo.

Sem dúvida Singularity tem suas qualidades e defeitos, e felizmente a parte não é seu ponto fraco. Embora não seja uma referência para essa geração, o jogo está bem acima da média, com um cenário bem concebido, crível e iluminado, criaturas grotescas e efeitos de chuva bacanas, animação suave, enfim, a produção teve o seu esmero. E são bem variados, indo de instalações diferentes (escolas, laboratórios, depósitos) a cavernas repletas de uma estranha ambientação tipo "alienígena". Nossa única reclamação fica por conta de algumas situações inusitadas onde NPCs ficam repetindo seus movimentos enquanto o jogador não faz o que deve ser feito (poucas vezes) e a iluminação/coloração dos objetos interativos, que ficam bastante destacados do resto do cenário. Ainda por cima, o game tem um sistema de dano localizado, herança de Soldier of Fortune, da própria Raven. Atirar nos braços e na cabeça dos inimigos causa estragos distintos como desmembramentos e decapitação.

O ponto forte mesmo da ambientação está nos efeitos sonoros. Singularity praticamente "apela" com sons apavorantes vindos de todos os lados, mesmo quando não há nada na tela para gerar isso. São grunhidos vindo da esquerda, gritos da direita, sons do teleporte do Zek de todos os lados. E quando pensamos 'Bah, não tem nada aq...!' é quando vem a surpresa, seguida de um ataque. O clima é tão tenso que até mesmo simples trovões sempre nos pregam uma peça.

Singularity é particular até mesmo em seus defeitos. Além de alguns pequenos pormenores de colisão (um health pack desapareceu dentro da parede uma vez) e dos objetos interativos destacados, há uma estranha escolha de design. É possível interagir com muitos tipos de objeto como telefones velhos e máquinas de escrever, mas só para ouvirmos sons característicos desses aparelhos. Era melhor terem ignorado isso do que terem o trabalho de espalhar esses inúteis objetos pelo cenário.

A campanha do jogo pode durar até dez horas, mas os três finais disponíveis não carecem da necessidade de se completar a história três vezes. Basta recomeçar de um save game bem próximo ao final, seguir um dos três caminhos distintos, e em apenas mais alguns minutos todos os segredos serão revelados. A longevidade do título poderia ser garantida em um multiplayer bem trabalhado, mas novamente a produtora se acomodou, oferecendo um componente pra lá de limitado, com apenas dois modos de jogo.

Uma das modalidades é um autêntico team deathmatch, onde um time de soldados humanos enfrenta outro de criaturas. Já o segundo traz o singular objetivo de domínio de localidades, no melhor estilo capture the flag. Talvez o maior barato do componente seja usar as criaturas e suas armas distintas, como as terríveis aranhas mutantes. E entre os poderes específicos dos clãs podemos citar teleporte, cura, escudos temporários e controle dos soldados inimigos (apenas mutantes), e tudo isso usado em conjunto causam efeitos até empolgantes nos combates. E juntamente por conta de tantas possibilidades que acabamos sentindo falta de mais opções de modo.

Singularity não é uma obra de arte para o gênero de FPS, mas traz muitas ideias legais, juntamente como uma penca de outras pegas emprestadas de jogos como Half-Life 2, TimeShift, Ratchet & Clank, entre outros. É um FPS com uma trama empolgante envolvendo volta no tempo, mas que não é muito desenvolvida, e acaba deixando a desejar por não oferecer ao jogador a chance de moldar um pouco a história. Seu maior defeito é sua total linearidade, enquanto os poderes ligados a TMD e à manipulação do tempo são seus pontos fortes. Uma modalidade mutiplayer com mais opções teria ajudado a aumentar a longevidade, já que a campanha dura 10 horas e os três finais diferentes não são incentivo que valorizem um reinício de jornada. Talvez valha para aquele aluguel de fim de semana, mas não muito além disso.