sábado, 3 de julho de 2010

ANALISE: Lead and Gold: Gangs of the Wild West PS3


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A Lei do Oeste é cruel. Muitos filmes, grandes produções hollywoodianas, já nos mostraram isto. Quem nunca assistiu os clássicos de John Wayne ou de Clint Eastwood pode não saber o que esta afirmação representa. Na verdade, é até bastante clichê citar estes dois grandes atores, mas seus filmes representam a essência do que o Velho Oeste foi para a cultura norte-americana e servem de inspiração para muitos produtos lançados nos dias de hoje, como os videogames.

Representantes deste gênero é o que não faltam, como a recente série ''Call of Juarez'', o clássico ''Desperados'' e até mesmo títulos mais recentes, como ''Red Dead Revolver''. Felizmente, as produtoras continuam a reprisar este rico cenário em títulos inéditos e, de certa forma, originais, como a produtora Fatshark. Tudo bem que seu jogo, Lead and Gold: Gangs of the Wild West não chega a ser a coisa mais original do mundo, mas é bem competente no que se presta. O título é basicamente formado por seu multiplayer frenético e sanguinolento, que atrairá jogadores sedentos por partidas online.

A primeira impressão que se tem de ''Lead & Gold'' é uma pequena semelhança com ''Team Fortress 2'', título multiplayer da Valve. As semelhanças estão no sistema de classes utilizados pelos dois jogos, bem como o estilo um pouco cartunizado, além do design das fases, mas logo param por aí. Ao contrário de ''Team Fortress'', que é um FPS, este game possui a visão em terceira pessoa, com a tradicional câmera sob o ombro do personagem. Não que isto seja ruim, já que é um dos diferenciais de ''Lead & Gold''.

O game se passa por volta de 1800 e alguma coisa, no século XIX, época marcada pela ''corrida do ouro'' nos Estados Unidos. Claro que a época está meramente representada por aqui pela ambientação, já que não há qualquer pano de fundo para justificar algum tipo de enredo, o mote é trocar tiros com os adversários por domínio de terras e sacolas de dinheiro.

As partidas suportam até 10 jogadores, cinco para cada lado, uma quantidade relativamente baixa para os padrões multiplayer atuais. Veja, praticamente qualquer jogo com partidas online suporta, no mínimo, 16 personagens, então por que raios um game onde o multiplayer é o principal atrativo tem que ter uma quantidade tão baixa? Bem, não há uma justifica plausível dentro do game, mas talvez seja para equilibrar um pouco as coisas, já que a natureza da jogabilidade reside no esquema de classes e suas habilidades de sinergia.

''Lead & Gold'' possui quatro classes, cada uma com suas armas características, além de habilidades chamadas de ''synergies'' (sinergias em português). Pense nisto como uma espécie de aura, que concede bônus para aliados que estão próximos. Desta forma, o game praticamente pede para que os jogadores estejam sempre próximos, trabalhando em conjunto para atingir o objetivo. Provavelmente por isso é que não temos tantos personagens no campo de batalha, mas essa desculpa pode soar um pouco esfarrapada para alguns.

De qualquer forma, as sinergias são elementos bem interessantes. Como dissemos, há quatro classes: Blaster, que é um tipo de expert em demolição e armas pesadas; o Deputy, que é um atirador ''padrão'' e equilibrado para ataques distantes; o Gunslinger, especialista para tiros contínuos e ataques de média distância; e por fim a Trapper, um tipo de sniper que tem a habilidade de instalar armadilhas por todo o cenário.

Quando tais personagens se mantém juntos, eles podem compartilhar as sinergias, além de se curar mutuamente, por isso o trabalho em equipe é primordial. É interessante ver como diferentes poderes podem influenciar em todo o tipo. O Blaster, por exemplo, aumenta a defesa dos seus aliados, enquanto o Deputy aumenta o dano causado por suas armas. O Gunslinger dá um boost para a precisão dos tiros e, por fim, a Trapper faz com que seus amigos tenham mais chance de obter um dano crítico no inimigo. Há também a possibilidade de ''reviver'' um amigo caído, quando ele é abatido (mas não morto) pelos oponentes, algo parecido com o que é visto em títulos como ''Modern Warfare''. Nas armas este equilíbrio geral se repete e fica muito bem colocado, já que elas estão distribuídas de acordo com as classes, tudo muito bem colocado.

Os modos de jogos também são bem variados para um game por download, cada um apresentando um mapa diferente, com variação entre dia e noite. O ''Shootout'' é basicamente um ''Team Deathmatch'', onde os jogadores se separam em times de cinco para cada lado e as balas voam pelo cenário; ''Conquest'', como o nome sugere, se resume a conquistar pontos específicos do mapa em ordem; em ''Powder Keg'' é preciso destruir determinados objetos com um barril de pólvora, necessitando carregar o barril até o local escoltado no caminho; ''Gold Fever'' é uma das modalidades mais divertidas, já que nela você pode jogar com um amigo de forma cooperativa ou até mesmo sozinho, se protegendo de hordas de inimigos controlados pelo computador enquanto recolhe o máximo de sacolas de ouro que for possível, até a morte.

Completando os modos de jogo estão ''Robbery'', onde os dois times tem tarefas distintas: enquanto um protege um banco repleto de ouro, o outro grupo precisa invadir e explodir as defesas para roubar todo o conteúdo; ''Greed'' faz com que os jogadores recolham o máximo de sacos de ouro o possível em sua zona de respawn do time; por fim, ''Practice'' serve como o tutorial do jogo, onde você deverá começar suas partidas, seguindo tarefas mostradas pelo computador para que seja feita sua introdução na aventura. Todas as modalidades são bem criativas em relação à temática de Velho Oeste, com destaque para ''Robbery'' e a já declarada como empolgante ''Gold Fever''. Infelizmente não há uma campanha single player em si.

As coisas começam a complicar em ''Lead & Gold'' para quem vai jogar pela primeira vez ao chegar de ''para-quedas'' em uma partida em andamento. O game não é muito amigável para novatos – ou seja, todo mundo que vai compra-lo na PS Store – e acompanha uma HUD um tanto quanto confusa de início. Mas este é um problema que logo vai sendo contornado, já que os comandos são basicamente os mesmos de qualquer jogo de tiro em primeira ou terceira pessoa. O único problema real que encontramos na jogabilidade é o fato de não ser possível abaixar para aproveitar uma cobertura. Pois é, esqueça se esconder atrás de uma barreira, o negócio é atirar antes de ser abatido.

O sistema de experiência e ranking também é um pouco confuso, assim como o HUD do jogo para iniciantes. Você ganha experiência ao atirar e eliminar inimigos, subindo de nível com o tempo. Inicialmente você sobe de nível algumas vezes durante as partidas, parecendo até um tipo de bug, bem estranho, mas que na verdade é dividido por classes. Um pouco confuso, mas funcional também.

Os gráficos não apresentam nenhum trabalho de ponta, mas são bem competentes. Todos os modelos são apresentados em cores vivas e designs próprios característicos da época. O design geral é cuidadoso, com fases bem variadas e boas sacadas no quesito da física que envolve os personagens. Por exemplo, se ele tomar um tiro de raspão ou cair de mau jeito, poderá perder o chapéu, que vai logo cair no chão. Afinal, ele não é grudado na cabeça! O som, por outro lado, é bem decepcionante, com músicas que surgem do nada durante as fases e pouco tem a ver com o cenário.

''Lead & Gold: Gangs of the Wild West'' e um jogo legal se você não ligar para a ausência de um modo single player. Sendo um título totalmente voltado para o multiplayer, o conteúdo é até bem completo. São quatro classes muito equilibradas, totalmente caracterizadas de acordo com o Velho Oeste, contando com habilidades que fortalecem a expressão ''trabalho em equipe''. Além disso, seis mapas fazem a diversão em diferentes modos de jogo, com destaque para ''Gold Fever'' e ''Robbery''. Falta apenas uma polida no sistema de experiência/nível e no HUD, um tanto quanto confuso e muito carregado de informação para um game tão frenetico. Ainda que o preço possa afastar alguns (US$ 15), este título prova que o Oeste era mesmo feroz.

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