sábado, 3 de julho de 2010

ANALISE: TOY STORY 3 WII



Certas empresas estão muito interessadas em nossa felicidade. Sim, acredite, algumas são muito preocupadas com a satisfação de seus consumidores, não só para venderem seus produtos em grande quantidade, mas também para agregar certo valor à obra. Não valor monetário, mas sim no sentido de qualidade. Mas não pense que estamos falando de alguma empresa de videogame. Pois é, apesar do FinalBoss ser um site de jogos, estamos nos referindo à Pixar, lendária produtora de animações, responsável por alguns dos desenhos animados feitos para o cinema mais singelos e únicos que o mundo já conheceu. Por isso, acredite quando falamos que há produtoras preocupadas com a felicidade proporcionada por seus produtos.

Tanto o primeiro quanto o segundo ''Toy Story'' são filmes que marcaram época. O primeiro por ter sido o primeiro longa-metragem oficial de animação da Pixar e sua continuação por ter firmado o legado da companhia no mundo dos cinemas, abrindo as portas para outras belas produções, como ''Procurando Nemo'', ''Os Incríveis'' e ''Wall-E''. Ainda que existam filmes mais fracos vindos da Pixar, você percebe em todos eles certo nível de qualidade que não é visto em nenhum outro lugar neste gênero. É um esmero que indica aquela alta preocupação com o conteúdo, em passar uma boa mensagem.

Felizmente, este cuidado também foi visto nos games. ''Toy Story'' foi uma série que teve até alguns jogos bacanas, como o primeiro para Super Nintendo e Mega Drive. Os seguintes não fizeram o mesmo sucesso, mas também não desrespeitaram a série. Com a chegada de Toy Story 3: The Video Game – o filme – aos cinemas, era a oportunidade perfeita dos personagens retornarem ao game, após terem ainda uma passagem rápida pelo Wii com um jogo no estilo party, lançado em 2009. Podemos dizer que Toy Story 3: The Video Game agrada em alguns sentidos, mas o principal deles é a subdivisão que fizeram no jogo.

Produzido pela Avalanche Software, o título foi dividido em dois gêneros. O primeiro segue a história do filme e pode ser considerado um misto de ação com aventura, enquanto o segundo é uma bela surpresa chamada de ''Toy Box''. Qualquer semelhança com o termo sandbox não é mera coincidência. A intenção da companhia aqui foi de fazer um game direcionado às crianças com as mesmas características de um game adulto, como GTA. E é justamente assim que funciona. Nesta modalidade, que você tem acesso logo no início do game, é possível jogar uma espécie de Grand Thef Auto: Toy Story. O jogador tem acesso a uma cidade - em um Velho-Oeste de brinquedo – onde poderá realizar missões para seus moradores, brinquedos que variam entre os ETs chamados de homenzinhos verdes ao porquinho Hamm.

As missões variam de acordo com o tipo do personagem. As tarefas mais simples envolvem encontrar roupas para os brinquedos menores (um tipo de mini-Lego), mas também há desafios mais elaborados, como provas de corrida ou missões de plataforma, onde o jogador deverá alcançar algum item aparentemente fora de alcance. É interessante como os produtores inseriram este conceito no game, realmente criando uma versão amigável e infantil de jogos sandbox, mas sem parecer bobo. O resultado deste esforço é que adultos podem jogar sem nenhum tipo de problema, pois o conceito é atraente e a jogabilidade funciona muito bem com o Wii Remote. Nossa única reclamação vai para algumas partes onde é necessário usar a mira do ponteiro do joystick, que acaba não sendo tão preciso e atrapalha.

Obviamente, o modo ''Toy Box'' não viria sem nenhum tipo de extra. Aqui o jogador desbloqueará muitos itens, roupas especiais para os moradores da cidade de brinquedo e outros colecionáveis, como rascunhos da série Toy Story e outras raridades. O mais interessante é a possibilidade de evoluir esta cidade, construindo novos prédios e até decorando-os de forma temática. Você poderá pintar todos os edifícios com um tema futurista, por exemplo, ou até mesmo decorar tudo com alguns filmes da Pixar, como Procurando Nemo. Outro elogio vai para o tamanho desta cidade, bem grande para os padrões do game, com túneis interligando suas sessões mais separadas e portas destraváveis que te levam a outros lugares, como a torre do vilão Zurg.

Confessamos que depois de ficarmos grudados algumas horas no modo ''Toy Box'' até desanimamos um pouco de sair de lá e ir testar o modo de história. O título já seria muito bom se tivesse apenas o gênero de mundo aberto, mas por que não termos mais conteúdo em um mesmo pacote, certo? Tudo bem, é louvável que a produtora aumente as opções, ainda mais sem a ganância que atinge o mundo dos games hoje em dia. Não seria nada anormal se alguma produtora resolvesse dividir o game em dois e vender os dois modos separadamente. Felizmente isso não ocorreu, mas a campanha acaba sendo bem mais fraca que o fator sandbox.

O ponto alto do modo campanha é ter a possibilidade de jogar cooperativamente com até dois amigos, cada um controlando um personagem entre Buzz Lightyear, Woody ou a cowgirl Jessie. Jogar com amigos neste modo é realmente divertido, mas sozinho acaba ficando um pouco enfadonho. Os três personagens sempre estão em cena, e muitas das vezes será preciso utilizá-los em conjunto para ultrapassar obstáculos ou subir em plataformas mais altas. Buzz pode arremessar seus amigos, enquanto Jessie pula mais alto em objetos pela parede e Woody utiliza seu laço para subir outro locais. Funciona, mas funciona melhor com amigos.

A campanha em si não é tão interessante, nem bem contada. Sabemos que ela segue o filme, mas bem de longe, mostrando apenas alguns pontos em comum. Os personagens viajam por um tabuleiro de missões muito genéricas para cada fase e geralmente se variam entre ''chegue do ponto A ao ponto B''. Apenas alguns cenários especiais são mais interessantes. Explicamos: determinados momentos te levarão a jogar histórias fictícias dos personagens, como uma aventura cinematográfica no Velho-Oeste com Woody ou um jogo de videogame de Buzz Lightyear, que culmina em um confronto contra Zurg. De qualquer forma, é possível desbloquear extras também na campanha, então você não jogará aqui à toa, sempre há uma recompensa.

Olhando por um ponto, graficamente Toy Story 3: The Video Game não faz tão feio no Wii, já que se trata de um game com bastante conteúdo e modos de jogo que demandam certo nível de atenção. Ainda assim, fica aquela pontinha de crítica para os gráficos, que realmente não estão nos melhores níveis do console da Nintendo. São muitas texturas em baixíssima resolução (inclusive nos personagens controlados pelo jogador) e nos vídeos mostrados entre missões. O som ao menos vem com a música ''You've Got a Friend in Me'' (''Amigo Estou Aqui''), o fofo tema da série nos cinemas desde o primeiro capítulo. A dublagem também utiliza as mesmas vozes dos personagens no cinema, já que o game teve supervisão de perto da própria Pixar e da Disney Interactive.

Seguindo de perto o mote do terceiro filme: ''se você pensar que cresceu o bastante para abandonar alguns jogos mais infantis'', experimente Toy Story 3: The Video Game. O título é realmente bem voltado para crianças, mas vem com bastante conteúdo e muitos extras destrancáveis, o que pode agradar aficionados por videogames de qualquer idade. O conceito de ''Toy Box'', adaptando o gênero sandbox para um mundo infantil, popular em jogos adultos, funciona de forma muito interessante por aqui, com diversas missões a serem realizadas. Temos ainda a inclusão de um modo campanha, ainda que um pouco desnecessário. Por fim, é sempre bom revermos ''amigos'' de longa data, como Woody e Buzz. Principalmente se você era bem jovem quando assistiu ao primeiro filme nos cinemas e acompanhou a carreira desta amada série ao longo dos anos. Toy Story 3: The Video Game é uma bela opção no Wii.

Um comentário:

  1. eu adoro o modo toy box porque é o que mais tem coisas para um adulto fazer e é legal interagir com as crianças na hora de jogar

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