segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

ANALISE: Castlevania: The Adventure Rebirth Wii



 

Desde 2008, o WiiWare tem recebido uma variedade de recriações de clássicos da Konami com a linha "ReBirth", seguindo um estilo visual que lembra a era dos consoles 16-bit. Começou com o shooter espacial "Gradius", que teve pequenas melhorias por download após seu lançamento; um tempo depois foi "Contra", em uma aventura inédita que manteve a dificuldade característica à série; agora, a a bola da vez vem lá da era MSX2 – mesmo que seja uma recriação inspirada em um jogo lançado para o Game Boy original: "Castlevania: The Adventure".

Inspirado pelo jogo de 1989, o jogo é cem anos do "Castlevania" original. O jogador controla Christopher Belmont, bisavô de Simon e ancestral de tantos outros heróis do bravo clã que cruza o caminho de Drácula e suas forças do mal numerosas vezes. A trama é simples e direta: o senhor dos vampiros retorna após 100 anos, e caberá a Christopher – munido de seu fiel chicote, o Vampire Killer - enfrentar uma horda de demônios e criaturas sinistras à caça do conde Drácula.

Enquanto o original do Game Boy era um tanto simples em comparação às versões de console até a ocasião (sem armas secundárias, ou mesmo escadas!), a Konami aproveitou elementos dos jogos mais antigos da série em sua versão "ReBirth". Isto é, volta a ser um jogo com armas extras – as favoritas da galera estão lá, como o machado, faca, água benta, cruz relógio – e a disposição de fases de jogos pré-"Symphony of the Night". O chicote tem aquelas melhorias – de couro para metal, e a versão deste que dispara bolas de fogo por um tempo.

Assim como o primeiro jogo da série, este tem seis fases. Falando assim, até parece pouco; em compensação, os estágios são longos, com um checkpoint ou outro. Se considerarmos que o jogo não facilita em se tratando de achar itens de recuperar energia (quase sempre escondidos no cenário!), prepare-se para rejogar as fases várias vezes até zerá-lo. Além disto, o game oferece caminhos alternativos para os jogadores mais aptos à exploração: às vezes, é até mesmo possível contornar os conflitos dos mini-chefes.

E não custa avisar que o jogo não oferece saves... afinal de contas, estamos falando de um Castlevania em seu formato mais clássico. Os continues só servem para a mesma partida - e ainda assim voltam do começo da fase da vez, checkpoint é só enquanto rolarem vidas extras. Até há um macete escondido para começar a partir de uma fase já completada antes, mas não é algo apresentado explicitamente pelo próprio jogo (logo, "macete escondido").

Um dos elementos que mais contribui com a dificuldade do jogo são os raros itens de recuperação de energia. Enquanto achar os corações para uso das armas extras é tranquilo, aqueles benditos pedações de carne são ave rara no jogo – em grande parte das vezes, escondidos em paredes do cenário. Só chicoteando e sendo curioso para achá-los com mais frequência. E por falar em dificuldade, a disparidade entre "normal" e "hard" é bem clara: a quantidade e disposição de inimigos é bem mais cruel.

Como dissemos antes, o estilo visual do game lembra o visual dos jogos da era 16-bit, assim como os demais títulos da linha "ReBirth". A animação é fluida, e em vezes os personagens parecem lembrar um meio-termo seguro entre as eras 16-bit e 32-bit. Ainda assim, é para deixar os mais nostálgicos em casa. Chefões clássicos da série continuam lá, como a Morte, o Monstro e o Golem. Já a trilha sonora revisita temas de vários jogos da série inteira – e é claro que não podia deixar de ter "Vampire Killer", que só se ouve na íntegra na fase final. Quanto aos efeitos sonoros, eles funcionam bem de modo geral – incluindo pequenas dublagens para alguns chefes de fase.

Os pontos baixos do jogo são a dificuldade elevada, como citado, pela distribuição parca de energia extra – uma bênção dúbia, já que alonga o jogo involuntariamente. Outro elemento digno de curiosidade está na seleção de alguns efeitos sonoros: parecem extraídos – e talvez as origens sejam as mesmas, de fato – de desenhos animados dos anos 80. Logo na primeira fase, as estátuas que disparam globos oculares fazem um barulho de laser que parece saído de, digamos, "He-Man e os Defensores do Universo". E periga que outros também soem familiares... por fim, o visual retrô ainda pode dar margem pra discussão, mas temos certeza de que se trata mais do gosto pessoal.

A linha "ReBirth" da Konami parece estar mantendo um nível bem bom em se tratando de dar um tratamento novo aos clássicos, mesmo que com uma roupagem retrô que vai agradar os nostálgicos – e apresentar às novas gerações um pouco mais de como estes jogos eram próximos à época de sua maior popularidade. "Castlevania: The Adventure ReBirth" não é exceção, trazendo à tona aquela jogabilidade desafiadora: fases longas, mini-chefes, sem savegames... no máximo, checkpoints! No entanto, é bom notar que a dificuldade elevada – dá trabalho achar comida neste jogo, acredite – pode desanimar alguns jogadores... mas, aqueles aptos ao desafio verão um representante honesto do clã Belmont.

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