sexta-feira, 12 de março de 2010

ANALISE: BATTLEFIELD 2 PS3 XBOX 360 PC





Eles estão de volta, e em melhor forma do que nunca. O quarteto sarcástico de Bad Company arrasou na estreia de Battlefield nos consoles em 2008, e pegando carona nesse sucesso a DICE obteve êxito em sua segunda jornada. Um modo campanha robusto e um dos melhores multiplayers da história recente dos jogos para consoles domésticos são o prato principal de Battlefield: Bad Company 2, um título que supera o original em boa parte, principalmente quando o assunto é multiplayer.

Os quatro componentes da "Bad Company" (B-Company no original) estão de volta, e o jogador continua controlando Preston Marlow, que será acompanhado por Sarge, Haggard e Sweetwater durante as missões. O grupo foi responsável por momentos muito hilários no primeiro e, embora esse fator tenha diminuído um bocado no segundo, ainda haverá algumas tiradas engraçadas, suficientes apenas para quebrar um pouco o clima bastante sério do segundo.

Embora se passe em um futuro muito próximo, o título começa com uma inusitada introdução na Segunda Guerra Mundial, onde o jogador invade uma base japonesa durante a Operação Aurora. Fictícia ou não, o objetivo é resgatar um cientista desertor que, logo no final do prólogo, alerta para a Black Weapon, uma arma de destruição em massa construída pelos japoneses, que é usada na última cena. Em seguida, o game retorna ao tempo presente do jogo, ou seja, para um futuro próximo, onde a conhecida trupe entra em cena. Após enfrentar alguns russos, os quatro são enviados para selvas da Bolívia e montanhas nevadas, com a missão primordial de impedir que uma terceira guerra mundial se inicie.

Visualmente, "Bad Company 2" ressalta todo o poder do Frostbite engine, agora mais moderno. O mais impressionante é que há praticamente nenhuma diferença entre os mapas multiplayers e os da campanha single, com ambos apresentando um nível de detalhes fabuloso. As fases na Bolívia são compostas de uma floresta bastante crível, variada, vasta, sendo fácil se sentir como se estivesse realmente em uma selva local. Vez por outra a mata dá lugar a bases e vilarejos, onde ocorre toda a ação. São nesses pontos que o motor gráfico mostra seu poder.

Na edição anterior, objetos podiam ser destruídos, mas apenas partes específicas das paredes de casas vinham abaixo, e não importava o quanto você atirava nas ruínas restantes, pois não eram afetadas. As coisas mudaram um bocado em "Bad Company 2". Embora ainda não seja possível reduzir um prédio totalmente a escombros com explosivos, o nível de destruição aumentou consideravelmente. E além de passar credibilidade, ainda cria elementos de estratégia, contra e a favor. Um muro que antes servia de cobertura, pode simplesmente deixar de existir de um momento para o outro, deixando o jogador totalmente em campo aberto. Nem mesmo casas escapam dessa verdade: um tiro certeiro de um tanque, e adeus paredes. O inverso também é válido. Você pode, por exemplo, destruir uma cobertura inimiga, ou abrir um buraco onde você está para pegar os oponentes desprevenidos. Tudo acontece com tanta verossimilhança que a sensação de guerra e perigo não se perde em momento algum. Novamente, a física é bastante crível e a balística foi respeitada, com projéteis vazando objetos e construções. No entanto percebemos que as árvores estão muito mais difíceis de derrubar do que antes – ainda bem, pois com tanta destruição certamente seríamos responsáveis por um desmatamento sem precedentes na Bolívia.

Aliada a essa sensação de guerra real está a IA dos oponentes, muito competente por sinal. Os inimigos estão sempre atentos aos seus movimentos, dificultando que você flanqueie, por exemplo, mas não a ponto de impossibilitar o uso dessa tática. Não é a IA mais perfeita e humana já vista, mas dentro daquilo que foi programada, ela funciona muito bem. Salvo por algumas aproximações pré-definidas – onde certamente você seria visto em uma "situação real" – o jogo ocorre de modo bastante plausível.

Durante o modo campanha, o jogador enfrentará missões muito frenéticas. Seus aliados servirão de suporte e, embora você não seja o líder do grupo, serão suas ações que farão a diferença no campo de batalha. Sem que o jogador perceba, os tiroteios seguirão quase infinitamente enquanto você, Marlow, não tomar a iniciativa de derrubá-los. É como se seus companheiros entrassem automaticamente em modo de supressão e coubesse a você a função de finalizar. É claro, eles também podem abater alguns inimigos, mas a maioria é o jogador que dará conta. O contrário, porém, não ocorre. Seus amigos jamais, repetindo, jamais serão feridos, mesmo quando visivelmente atingidos. Apenas o seu personagem pode ser abatido, o que leva ao último checkpoint. Esse é o único ponto onde o jogo perde um pouco seu crédito, mas o fato é que seus amigos costumam ser bastante safos e dificilmente se colocam em situações de risco total, como sair correndo deliberadamente em campo aberto – coisa que o jogador às vezes faz sem perceber.

Em relação ao primeiro "Bad Company", podemos dizer que os mapas dessa sequência foram ligeiramente reduzidos. A exploração foi a mais afetada, além de o jogo ter perdido aquele senso de liberdade. Nada disso afeta a ação, muito pelo contrário, já que menos caminhadas implica em uma proporção maior de tiroteios. Outra mudança é que a injeção milagrosa que recuperava rapidamente a energia de Preston deu lugar ao já tradicional "espere-e-se-recupere", tão comumente usado atualmente.

Mesmo com essas mudanças, o modo campanha é relativamente extenso, e o jogador terá acesso a um arsenal bastante mortal, mesclando pistolas, fuzis, metralhadoras, espingardas, cada uma com sua própria história de concepção, fama e uso. As armas também são itens colecionáveis, que aparecem em uma listagem apresentada no menu do jogo. Aproveitando o assunto, há outros colecionáveis que remetem ao primeiro jogo. Mas nada disso será exatamente responsável pela longevidade do título. O modo campanha possui qualidade para se manter sozinho, sem a necessidade desses extras. Mas quem disse que esse é o que "Bad Company 2" tem de melhor?

"Battlefield" sempre foi uma série conhecida por seu multiplayer. No PC, é uma das franquias mais populares quando o assunto é vários jogadores se digladiando em equipes online. Foi assim no primeiro, no segundo, em BF2042 e em BF1943. O Bad Company, o primeiro da franquia a debutar em consoles, não era centrado nesse aspecto, trazendo um foco na campanha dos quatro militares. Agora, a DICE, tendo convertido o engine Frostbite para PC, soltou um produto que une o útil ao agradável. Além da modalidade single, "Bad Company 2" é o que chamamos de sucessor da franquia no PC, contendo o que podemos considerar o "multiplayer dos sonhos".

Na primeira versão de "BC" reclamamos da ausência de mais modos para vários jogadores, mas como as coisas mudaram em BC2. As estratégias criadas com a destruição de cenário tomam uma forma diferente no multiplayer. Não há mais segurança para um sniper, e será difícil permanecer intacto muito tempo atrás de uma cobertura. Literalmente, os jogadores reduzirão o cenário de combate a ruínas, em grandes batalhas duradouras que fazem jus ao nome da série. Isso sem falar no extensivo de veículos, que adicionam ainda mais possibilidades ao jogo, principalmente no multiplayer.

Assim como nas edições anteriores, tudo dentro do componente multiplayer, desde o layout dos mapas ao sistema de recompensas e tudo mais é voltado para o elemento cooperativo. Em Battlefield não há Rambos, e sim um exército, um grupo. "Bad Company 2" é a extensão desse conceito, e também recompensa os jogadores pelo seus atos para a equipe, mais do que seus próprios kills.

Para a campanha multiplayer, os jogadores podem escolher até quatro classes, cada uma com seus próprios armamentos e parafernálias, como assalto, engenheiro, médico e recon. Além disso, cada um tem uma função específica envolvendo salvar seus companheiros abatidos, consertar veículos e mais, tudo em prol da equipe e permitindo que você escolha exatamente o seu próprio tipo de abordagem. Assim como nos BFs anteriores, os exércitos são formados por grupos de quatro combatentes, que se comunicam entre si com mais facilidade. Além de armas, os jogadores usam veículos como barcos, helicópteros, caminhões, bugres, Hummers, e tanques. Controlá-los é de fácil aprendizado e muito legal – exceto pelos volantes que aparecem girando sem mãos controlando-os.

Entre os modos de jogo, estão várias opções incluindo Rush, proveniente do primeiro. Aqui as equipes competem alternando entre partidas de ataque e defesa, repleta de veículos fazendo estragos. O modo Conquest é o tradicional "capture o território/bandeira", onde os jogadores lutam pelo controle de determinadas áreas, levantando bandeiras para indicar seu domínio dos pontos de respawn. O Squad Deathmatch é como o nome diz: confronto sem objetivo extra que não a morte dos oponentes. Em todas essas modalidades, os jogadores participarão ativamente do sistema de classe, avançando de nível e garantindo extras como armas e acessórios, que farão grande diferença em campo. Assim como na versão anterior, o jogador é recompensado por pequenas, médias e grandes proezas durante as partidas – sejam elas individuais ou para o grupo.

"Bad Company 2" pode não ter seu foco total no modo campanha, como no primeiro, mas oferece uma modalidade single sólida e divertida. Serão algumas horas, mesmo que não muitas, de muita ação e até estratégia, graças ao sistema de destruição de objetos e da física verossímil. Some isso a um componente multiplayer com a qualidade tradicional das versões para PC e vocês têm o Battlefield que todos esperavam. São horas e horas de muita adrenalina online, em ambos os consoles.

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