sábado, 3 de abril de 2010

ANALISE: SCRAP METAL XBOX360



Joguinhos de combate veicular costumam ser bem divertidos. Lembram-se de clássicos como Death Rally e Twisted Metal? Pois é: além de pilotar por pistas demonstrando sua habilidade, também era necessário usar toda sorte de armamento para garantir sua vitória nas pistas. Pois é... de vez em quando cai bem quando pinta um jogo destes. Eis que um dos títulos da programação Block Party da Xbox Live Arcade segue bem neste estilo: Scrap Metal, produção da Slick Entertainment, representa muito bem o gênero no console da Microsoft.

O jogador começa com um carrinho bem simples, participando de várias modalidades diferentes: corrida convencional, por eliminação (a cada volta, quem está em último cai fora), corrida com armamentos e o bom e velho derby de demolição (arena aberta, armas para todos, cada um por si). Cada um dos oito circuitos tem uma série de desafios a serem vencidos, e estes abrem os próximos circuitos; à medida que o jogador detona seus inimigos na pista, ganha seus veículos para sua coleção e pode mantê-los eu sua garagem, customizar seu visual e realizar melhorias.

Os controles do game funcionam direitinho, mesmo que haja uma certa curva de aprendizado quanto a manobrar o carro após uma curva errada, dar ré e tudo mais. Para aqueles que tiverem um controle de volante, também há uma configuração alternativa (que também serve para o gamepad, lembrando mais a direção de um carrinho de controle remoto); fora disto, a interface é tranquila... acelerar (ou direcionar com o analógico), frear, dar ré, usar a arma principal ou as coletadas durante as partidas.

Os carros do game são divididos por classes, cada qual tem sua arma principal – cujo uso é infinito, considerando aí um tempinho para o resfriamento - e o uso destas classes é feito de maneira esperta. Se você derrotou um chefão e ganhou seu carrão nível 5, parabéns, você passa a ter acesso ao carro – mas usar carros de classes diferentes das sugeridas pelo jogo tem seu preço. Claro, é até covardia aparecer com um carro classe 5 em uma missão da primeira fase... você pode até usá-lo, mas em compensação, não receberá os pontos de upgrade que receberia se usasse um veículo mas adequado à missão da vez.

O interessante de Scrap Metal é que, além dos tipos de missões citadas acima, o jogo também oferece alguns objetivos diferentes de vez em quando. Em uma missão no parque de diversões Awesomeland, o jogador precisa sobreviver por tantos minutos enquanto mais e mais carros pilotados pelas aberrações de circo vão chegando na pista tentando detoná-lo; em outra, o objetivo é garantir a segurança de um caminhão carregado de nitroglicerina enquanto carros da máfia tentam detonar a carga... enfim, sempre há uma atividade a mais que foge um pouquinho do formato tradicional.

Entre as fases, o jogador pode investir estes pontos de upgrade em seus carros, realizando melhorias na velocidade, atrito, poder de fogo e armadura de cada um. Cada classe e carro tem seu próprio limite de cada um destes, portanto é tranquilo deixá-lo com tudo no máximo. E é bom manter uma coleção variada de carros em sua garagem, tanto em relação às classes diferentes quanto aos equipamentos. Em uma missão de corrida com as armas desativadas, o ideal é escolher um carro veloz e com bom atrito; já em uma de combate, ter um com melhor ataque e armadura é mais negócio.

O jogo tem um grande fator "mais uma partidinha", tanto pela dificuldade de certos desafios (como conseguir ouro em todas as fases) quanto pela diversão proporcionada. Isto sem contar as partidas multiplayer, que suportam até quatro jogadores por vez (dependendo da missão, as demais vagas são preenchidas por inimigos controlados pelo computador). Ficar jogando com o mesmo grupo rende vários tipos diferentes de missões em sequência, garantido uma boa variedade. Para os caçadores de Achievements e afins, o jogo também oferece dois bônus para seu Avatar: uma camiseta e um carrinho de controle remoto.

O visual do game é bem realizado, com bons efeitos de luz e sombra, partículas como fumaça e fogo, e por aí vai. A câmera móvel, vista de cima com uma perspectiva fixa, remete a jogos como Calling All Cars. Os chefões do meio e do final de cada circuito aparecem em ilustrações que parecem histórias em quadrinhos. Além disto, o jogo oferece suporte a vários tipos pares de óculos 3D anáglifos (isto é, com uma lente de cada cor), dando aquele senso de profundidade a mais. Já a trilha sonora funciona bem, misturando guitarras pesadas e batidas mais animadas para a destruição sobre quatro rodas (ou lagartas, ou seja lá qual o meio usado pelo veículo para se movimentar).

Vamos ao momento chato da análise: os problemas. Os pontos contra dignos de nota do game são ligados à curva de dificuldade, que a partir de certo momento torna certos desafios do jogo mais complicados do que aparentam; quem tenta pilotar seu veículo com o esquema de controle "carrinho de controle remoto" (sem o controle de volante) poderá ter um bocado de trabalho até se acostumar. Fora disto, é uma pena que os óculos 3D anáglifos ainda sejam cansativos em sessões longas...

Scrap Metal é um jogo que usa bem suas fontes inspiradoras – os jogos de corrida e combate veicular - e cria algo bem refrescante e divertido. Enquanto o jogo tem uma boa variedade de modalidades além da corrida pura e do combate de carros, caminhões e tanques em arenas fechadas, há uma diversidade maior no single-player com missões de escolta ao VIP, modo de sobrevivência, sempre pinta uma fase destas para quebrar o gelo. Sem contar que o multiplayer é bem divertido de jogar, alternando as atividades entre partidas! Nem mesmo a direção difícil com a configuração alternativa no estilo "carrinho de controle remoto" e os tiros para lá de videntes de certos inimigos – aumentando bastante a curva de dificuldade – estragam toda a experiência. Uma ótima pedida para quem curtia jogos como Death Rally.

Nenhum comentário:

Postar um comentário